Introdução: durante o período gestacional, as mulheres experimentam várias alterações hormonais, bioquímicas, fisiológicas, morfológicas e anatômicas. Essas alterações podem afetar a estabilidade corporal e o equilíbrio, podendo causar dor e desconforto. O sistema musculoesquelético sofre diversas adaptações nos tecidos moles, articulações, posturais e até na dinâmica da marcha e eixo de equilíbrio. As alterações posturais ocorrem devido ao crescimento uterino, que promove o aumento de cargas nas faces anteriores do tronco e alterações no centro de gravidade. Ocorrem modificações nas dimensões dos pés durante a gravidez como: aumento da largura, comprimento, volume e redução da altura do arco plantar. Estas alterações ocorrem devido à frouxidão ligamentar, acúmulo de líquido e ganho de massa corporal. As mudanças podem resultar em desvios da força de reação do solo e da força de propulsão, que estão presentes na marcha, ocasionando uma perda do equilíbrio e, consequentemente, traumas, como quedas. Objetivo: identificar as evidências científicas sobre as modificações osteoarticulares durante a gravidez e seu potencial risco de quedas. Método: revisão integrativa, realizada em agosto de 2020, através dos bancos de dados PubMed e SciELO. Foram selecionados seis artigos por meio dos termos biomecânica da marcha, alterações musculoesqueléticas e gravidez. Resultados: quatro artigos evidenciaram alterações biomecânicas da marcha durante a gravidez e dois artigos destacaram alterações musculoesqueléticas, e abordaram as consequências do ganho de massa e modificações nas dimensões dos pés das gestantes. Conclusão: lordose lombar, inclinação posterior da parte superior do corpo e aumento na inclinação sagital pélvica ocorrem devido a mudanças biomecânicas relacionadas ao realinhamento das curvaturas da coluna vertebral. Estas mudanças posturais têm o propósito de absorver forças extras para garantir um melhor equilíbrio postural. Os realinhamentos posturais podem ocasionar sobrecargas nas articulações dos membros inferiores, levando a um desconforto musculoesquelético, dor, estando frequentemente associados a quedas. Ao cair, as gestantes são submetidas a diversos tipos de lesões, como alongamento muscular e articular, fraturas ósseas, rupturas de tecidos moles, descolamento prematuro de placenta, e eventualmente, óbito da mãe e/ou do feto.
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